domingo, 10 de janeiro de 2010

Observando pássaros



Hoje foi um domingo muito especial para mim. Acordei as 4:30 da manhã. As 5:oo, estava no Encosta da Serra Hotel. Uma chuvinha fina me acompanhou da minha casa até o hotel, junto com um friozinho delicioso. Lá me juntei a Paulo Boute, um ornitólogo e guia turístico, e a Renata, uma paulista cliente do Paulo, amante da fotografia e observadora de pássaros. Saímos em direção à Chapada do Araripe as 5:30. Fomos pela estrada Crato-Exú. No meio da floresta o Paulo pega uma entrada a direita, onde vai dar na casa de um morador da serra, já seus amigos há um bom tempo. É lá onde ele deixa o carro para, a partir dali, a pé, sair à procura de observar pássaros e registrar em fotografias. Foi a minha primeira incursão na prática, feito com um profissional e com equipamentos adequados. Fiquei impressionado quão gostoso é a observação de pássaros livres na natureza, e mais o quanto temos de espécie na chapada que nem sequer imaginava. É uma sensação muito gostosa. O Paulo e a Renata me mostraram como é interessante fazer a chama dos pássaros, espera que venham, sentarem nas árvores ou arbustos, observarmos e registrar. É muito gratificante ver as suas belezas e melhor ainda saber que estão livres, para perpetuar a sua espécie. Vi aves raras e outras nem tanto, mas que, visto daquela forma e com equipamento adequado, um binóculo da marca "Leica" especial para a prática, nos dá a sensação maravilhosa de alegria, de liberdade, de conquista e de satisfação por estar aqui no Cariri, local tido como espetacular para a prática da observação de pássaros. O Paulo Boute é um especialista na área. Ele vive trazendo grupos de observadores da Europa para fazer a observação das nossas aves, muitas delas exclusivas, como o Soldadinho do Araripe. Seu site, http://www.boute-expeditions.com/, é todo em inglês porque a grande maioria dos seus clientes são da Europa. Fiquei impressionado como ele tem intimidade com a Chapada do Araripe, com o Hotel, com o restaurante onde sempre come, enfim, como o Paulo já é caririense. Ele vem, faz seu trabalho de guia com os seus clientes, e vai embora.
Conheci o Paulo a cerca de um ano. Na realidade o nosso primeiro contato foi via e-mail. Ele de repente me mandou um e-mail, pois vira que eu trabalhava com elaboração de projetos na área cultural e turística e queria conversar comigo. Marcamos no Hotel Encosta da Serra e a partir daí criou-se uma amizade e o desejo de dar maior sentido às suas visitações aqui pelo Cariri. Ele me apresentou um projeto que tinha desenvolvido na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Fiquei encantado e com aquele projeto em mãos achamos que deveríamos fazer o mesmo aqui no Cariri. Dessa vez ele veio com apenas uma cliente e ficou mais fácil de eu ir junto e sentir as maravilhas de observar pássaros. Então: agora estou com o projeto praticamente pronto e em breve o realizarei, para que essa prática se multiplique no Cariri, mas que observemos os nossos pássaros soltos, no seu habitat, livres de gaiolas, viveiros, alçapão ou qualquer outra armadilha para capturá-los.
Aproveitando o tempo chuvoso, pois logo que foi ficando um pouco mais tarde uma fina chuva em cima da serra nos impediu de continuar, resolvi levá-los para conhecer a Fundação Casa Grande, coisa que nunca nem ouviram falar. Aí foi unir a fome com a vontade comer. O Paulo e a Renata se encantaram com o projeto do Alemberg e Rosiany, como já é comum a quem vai à Nova Olinda, e dai já pintou também uma parceria onde em breve o Paulo virá ministrar uma palestra, ou mini-curso de observação de pássaros para as crianças da Casa Grande. Puxa, foi muito prazeroso ter um dia desses. Então, em breve nós vamos fazer esse evento aqui no Cariri e pretende-se, junto, fazer o lançamento de um livro com as espécies da nossa querida Chapada do Araripe.
Pretendo também levar o Paulo para fazer uma explanação do seu trabalho no nosso Fórum de Cultura e Turismo, para que todas as cidades do Cariri tomem conhecimento de como se faz a observação de pássaros e como curtir as suas belezas de plumagem e canto, mas soltos na natureza, assim como deve sempre ser.

FOTO DO SOLDADINHO:Ciro albano (Direitos reservados)

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